O senador Fernando Collor é presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional |
Por: Walter Brito
O ex-presidente do Brasil e senador pelo Estado de Alagoas, Fernando Collor de Mello (PTC), se destaca como um dos parlamentares de grande prestígio na política internacional e seu trabalho vem contribuindo de forma inequívoca na relação entre o Brasil e nossos parceiros comerciais no mundo. Vale lembrar que quando Collor foi presidente do Brasil, o seu governo se destacou pela modernização da economia, no momento em que a diplomacia teve importante papel. A abertura de mercado ocorreu por ocasião em que a economia se abriu de forma ampla para o mercado externo, quando a frota de automóveis por exemplo, se renovou em todo o país e nossos veículos foram trocados por marcas conhecidas no primeiro mundo.
Ressaltamos ainda que a quebra do monopólio e de reservas de mercado permitiram o avanço do setor da informática e inseriu o país de forma efetiva no mundo digital e da alta tecnologia. Os computadores arcaicos foram substituídos pelos modelos usados no mundo desenvolvido e, da mesma forma, o uso de celulares de última geração tornaram-se uma constante nos 27 estados brasileiros.
As viagens internacionais feitas por Fernando Collor, como presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, reforçam sobremaneira as relações comerciais com diversos países do mundo. Em 2017 o ex-presidente esteve em missão oficial no Marrocos e nos Estados Unidos, enquanto que no primeiro semestre de 2018 as missões ocorreram na Coreia do Norte e na República Tcheca respectivamente.
Recentemente o senador Collor esteve em missão oficial em países do Oriente Médio, quando foi recebido por autoridades da Síria, Líbano e Irã. Neste contexto é importante lembrar que em 2017 a balança comercial com os 22 países que formam a Liga Árabe teve superávit (exportações maiores que importações) de US$ 7,1 bilhões para o Brasil. Lembramos que no referido período, a balança comercial brasileira com o mundo teve US$ 67,5 bilhões de superávit, o que mostra claramente a importância comercial com o mundo árabe que representou cerca de 11% do superávit nacional em 2017.
O senador Fernando Collor é recebido em Damasco pelo presidente da Síria, Bashar Al -Assad |
Nesta reportagem detalhamos o pronunciamento do senador Fernando Collor que foi recebido por autoridades da Síria, Líbano e Irã no Oriente- Médio, oportunidade em que se reuniu com parlamentares, diplomatas, religiosos e políticos. No caso da Síria, o parlamentar foi convidado pela
Assembleia do Povo e recebido em Damasco pelo presidente Bashar Al-Assad . O seu pronunciamento na Tribuna do Senado no dia 22/11/2018 foi expressivo e importante para o bom relacionamento entre o Brasil e as nações que visitou. Com muito cuidado Collor iniciou o seu discurso sobre
as missões naqueles países, afirmando o seguinte: “Tive o prazer de estar no dia 05/11 com o presidente Bashar Al-Assad, ocasião em que tivemos conversa muito franca sobre questões de paz e segurança internacionais, o Oriente Médio, a situação do país e as perspectivas para o incremento do diálogo e da relação com o Brasil nas mais diversas áreas”, argumentou o senador.
Referente ao conflito na Síria, que já dura sete anos, o presidente avaliou: “Vi uma Síria que não é apresentada pela grande mídia internacional, a qual, nos últimos anos, vem insistindo numa narrativa que deturpa a realidade e que apenas interessa àqueles que moveram contra o povo e o governo
uma brutal guerra de agressão, destruição e morte. Longe de ser uma guerra civil, o que temos ali é um conflito internacional, uma guerra por procuração, onde forças terroristas radicais, liberadas do caos imposto ao Afeganistão, ao Iraque e à Líbia, estimuladas e financiadas desde o exterior por atores globais e regionais, são utilizadas para o cumprimento de interesses estratégicos e geopolíticos egoístas. O que se pretendeu promover foi a mudança de regime por meio da força bruta”, disse o
parlamentar brasileiro.
Collor se encontra com o Ministro de Assuntos Estrangeiros da Síria |
500 MIL MORTOS NA SÍRIA
Collor afirmou ainda em seu discurso que o Brasil tem sabido manter postura justa e equilibrada em meio à guerra na Síria: “Os impactos dessa empreitada irresponsável, ao longo de mais de sete anos de guerra, são devastadores. A tragédia econômica, segundo estimativas de diversas fontes, aponta para perdas avaliadas em mais de US$380 bilhões na infraestrutura do país. A tragédia humana apresenta dimensão ainda mais significativa: estimativas dão conta de cerca de 500 mil mortes, 5 milhões de refugiados e mais de 6 milhões de deslocados internos”, arrematou Collor.
Collor fez referência em seu pronunciamento sobre as causas que unem Brasil e Síria: “Laços profundos nos unem à Síria desde o final do século XIX e início do século XX, quando chegaram ao
Brasil seus primeiros imigrantes. Aqui, souberam integrar-se à nossa sociedade, embrenharam-se pelo interior e, com seu trabalho, cultura e dedicação, construíram importante comunidade de cerca de 4 milhões de pessoas que, nos mais diversos campos, têm em muito contribuído para o desenvolvimento do Brasil. Temos, portanto, uma relação histórica, fraternal, pessoal e mais de 70 anos de relações diplomáticas, estabelecidas em 1945. Tudo o que lá acontece nos impacta e nos importa”, explicou Fernando Collor.
Collor participa de discussão na Assembleia do Povo na Síria |
LÍBANO, A SUÍÇA DO ORIENTE MÉDIO!
O senador Fernando Collor fala na Tribuna do Senado sobre os três dias que passou no Líbano, refere-se ao esforço de seu povo pela reconstrução daquele país e diz que lá é o berço de nosso alfabeto e lar dos ancestrais de milhões de cidadãos brasileiros. E completou: “Fui recebido por
Nabih Berri, líder do Movimento Amal, maior partido xiita do Líbano. Berri tem exercido, desde 1992, a Presidência da Assembleia Nacional. Homem de modos agradáveis, amigo sincero do Brasil, País que conhece bem, transmitiu as saudações a seu ex-colega Presidente da Câmara dos Deputados, o Presidente Michel Temer.
O senador Fernando Collor de Mello e Nabih Berri, líder do Movimento Amal no Líbano |
Tanto o Patriarca Raï, quanto o Presidente Berri, líderes de distinta natureza, compartilham o dever de proteger as respectivas comunidades e manter o equilíbrio confessional que permite a manutenção da paz e a base para o desenvolvimento econômico de uma nação de comerciantes. Com parcos recursos naturais, mas provido de população que trabalha com afinco em sua reconstrução, o Líbano já foi conhecido mundialmente, como nós sabemos, como a Suíça do Oriente Médio. A esse esforço de reconstrução o Brasil poderá agregar-se não só em termos humanos, mas também em conjunto
com seu universo empresarial.” Disse.
Collor recebe comenda da autoridade máxima da Igreja Católica Romano no Líbano e Patriarca Maronita, o Cardeal Bechara Boutros Al - Rahi |
COMÉRCIO ENTRE BRASIL E IRÃ E VISITA DE COLLOR
O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços- MDIC, dá a seguinte informação sobre o intercâmbio comercial, entre o Brasil e o Irã: “Neste ano, até setembro, o intercâmbio bilateral com o Irã registrou novo recorde histórico, atingindo o montante de US$ 4,6 bilhões, valor 77% maior do que o total de 2017 (US$ 2,6 bilhões). As exportações brasileiras para o Irã são muito concentradas em produtos básicos, sendo compostas 78% por milho em grãos; 11% de soja, mesmo triturada; e
5,7% de carne bovina. O Irã hoje é o sexto principal destino das exportações brasileiras, respondendo por 2,55% do total exportado pelo Brasil em 2018”.
O senador Fernando Collor é recebido em Teerã, pelo presidente do Parlamento Iraniano, Ali Larijani |
Fernando Collor mostrou no seu discurso, a importância de sua visita aos iranianos: “Em Teerã, encontrei-me com o Presidente do Parlamento Iraniano, Ali Larijani, com o Presidente da
Comissão de Segurança Nacional e Negócios Estrangeiros, Heshmatollah Falahatpisheh, e com o Presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Irã-Brasil, Abdol Reza Azizi, além dos Ministros de Negócios Estrangeiros, Javad Zarif, e da Economia e Finanças, Farhad Dejpasand. Também tive a
oportunidade de visitar o escritório do Acnur naquela capital, onde me reuni com o representante da Agência para o Irã, o holandês recém-chegado Ivo Freijsen, que tem grande experiência no tratamento dos refugiados.
Brasil e Irã têm relações diplomáticas há mais de cem anos – desde 1903 – e, agora, finalmente, os Parlamentos estão mais próximos.
A conjunção de um amplo mercado consumidor, com diversidade de recursos naturais, com indústria e pesquisa fortes e com excelentes recursos humanos treinados em ótimas universidades, revela um país pródigo em oportunidades. Não é à toa que países asiáticos e europeus
têm manifestado tanto interesse em manter e em ampliar suas relações com o Irã. Aproveitando as sanções impostas em razão do programa nuclear iraniano, a China tornou-se o seu principal parceiro comercial, com intercâmbio de cerca de US$30 bilhões anuais, aproveitando-se das impiedosas sanções impostas pelos Estados Unidos àquele País”. Afirmou o parlamentar brasileiro.
Ao final de seu comentado pronunciamento, Collor fez uma deferência especial à excelência da diplomacia brasileira: “Sempre cientes de que a diplomacia parlamentar não substitui a diplomacia
convencional, cumpre dar nossa contribuição para manter e aprofundar as relações com o Irã, com a Síria e com o Líbano, em prol da prosperidade dos povos e da paz que todos nós desejamos.
Quero, por fim, Sr. Presidente, enaltecer a valiosa acolhida e o brilhante trabalho demonstrado pelos embaixadores brasileiros nos países que visitei. Recebam os Srs. Embaixadores Fabio Vaz Pitaluga, Paulo Cordeiro de Andrade Pinto e Rodrigo de Azeredo Santos, os meus mais
sinceros e profundos agradecimentos”.
COLLOR ALERTA SOBRE A MUDANÇA DA EMBAIXADA DO BRASIL EM TEL AVIV PARA JERUSALÉM
No dia 5 de dezembro Fernando Collor de Mello voltou à Tribuna do Senado e alertou que a mudança da Embaixada Brasileira em Tel Aviv para Jerusalém poderá afetar as relações comerciais com o mundo árabe, além de colocar o nosso país na rota de ataques extremistas. Fernando Collor apontou que a transferência traz ganhos incertos: “Essa decisão precisa ser repensada, deixando as emoções de lado”. Nesta linha Fernando Collor argumentou ainda o seguinte: “O Brasil pode começar a ser alvo de ações terroristas com a referida mudança de nossa embaixada. Há grupos mais radicais que, de repente, podem entender essa posição do país como uma ação contra o mundo islâmico. E a troco de quê? Eventual alinhamento automático? Não podemos ser simplesmente subservientes”. Observou Collor, ressaltando que as ações realizadas pelo presidente dos Estados Unidos da América Donald
Trump têm trazido instabilidade ao mundo.
Como se vê, o ex-presidente Fernando Collor é conhecedor profundo da política internacional. Certamente poderá contribuir muito com o Brasil nos próximos quatro anos de seu mandato no Senado, por meio de sua experiência e bom relacionamento nos diversos países do mundo.
Desejamos ao ex-presidente Collor e aos brasileiros de todos os cantos, muita prosperidade e paz no Ano Novo que principia!