O empresário vencedor, Juraci tesoura de ouro |
POR: WALTER BRITO
Apesar dos desgastes da
política, tempo em que o povo não aguenta mais ouvir pesquisadores nas ruas
falando em pesquisa eleitoral, cuja resposta curta e grossa é: Detesto
político! Ainda existem aqueles que acreditam num país melhor por meio da
prática política. É o caso do cearense Juraci Pessoa de Carvalho, 58 anos, nascido
em Icó, no sertão cearense. Icó significa o seguinte: o i é água, enquanto que kó significa
roça, tornando-se água ou rio da roça na
língua tapuia. Foi lá no município de 67.456 mil habitantes, originário das
tribos indígenas icó, icozinho, janduí e quixelô, que nasceu e viveu sua
juventude plena o nosso entrevistado.
Quis o destino que o cearense
descendente de indígenas aportasse no Distrito Federal em 1981, com a cara e a
coragem. A priori, o então jovem cearense trabalhava em uma empresa de sua
família na periferia do Distrito Federal e, no decorrer dos meses, deram lhe as
contas, pois ele era gago e, segundo os patrões familiares, o jovem não daria
para o comércio. Ledo engano! Eis que o cearense, depois de ter trabalhado
durante cinco anos na Fundação Hospitalar do DF, por meio de suas atividades no
Hospital de Ceilândia e em outras unidades, descobriu o seu verdadeiro talento:
o comércio!
Com parcos recursos e uma
imensa vontade de vencer na vida, Juraci e uma tia se uniram e alugaram metade
de uma banca de roupas, na cidade-satélite do Guará, o que permitiu sobrar
algum dinheiro para aquisição das mercadorias de que precisavam: calças,
camisetas, bermudas, cuecas e outras peças procuradas pela população candanga
nas feiras. O resultado disso são 40 lojas funcionando a todo vapor, inclusive
algumas delas com cerca de 1.000 metros quadrados. Por coincidência 1 mil é
também o número de funcionários da famosa Tesoura de Ouro, nome que o próprio
Juraci Pessoa adotou para complementar o seu nome de empresário vencedor. Seus
parceiros na empresa são ex-empregados com quem o cearense atento optou por
divisão de responsabilidades e lucros. O sistema deu resultados surpreendentes.
Juraci mostrou que ser gago
não era problema para vencer na vida. Hoje, bem treinado no comércio e falando
razoavelmente bem, quase sem gaguejar, Juraci Tesoura de Ouro quer falar alto e
em bom som nos microfones do Plenário da Câmara Federal, quando pretende
defender com unhas e dentes uma reforma tributária de excelência para Brasília.
Vale lembrar que na eleição de 2014, o cearense obteve 13.600 votos.
Quanto à disputa pelo poder no
Palácio do Buriti, Juraci, que é filiado ao PTB, tem uma simpatia muito grande
pelos também nordestinos: Alírio Neto (PTB) e Jofran Frejat (PR). Apesar da
preferência, o esperto nordestino não fala mal do governador Rollemberg (PSB):
“No governo Rollemberg não existem escândalos, mas o socialista não é um bom
gestor. O Jofran Frejat me deu o primeiro emprego no Hospital de Ceilândia. Lá
percebi que a Saúde era uma maravilha sob o comando do gestor competente, o
médico Jofran Frejat. As ambulâncias estavam sempre limpas e funcionando como
deviam. Não faltavam medicamentos e o atendimento ao público era de qualidade.
Pela manhã, por exemplo, se tivessem 300 pacientes, ao chegar 10 horas da
manhã, todos estavam atendidos. Trata-se de gestão competente. Frejat foi um
grande secretário de Saúde e poderá ser um bom governador. O Alírio Neto também
é gestor experimentado. Como presidente da Câmara Legislativa do DF, ele
concluiu a construção do prédio e fez um excelente trabalho à frente daquela Casa
de leis. Portanto, ele também está no páreo rumo ao Palácio do Buriti. No plano
nacional, considero Álvaro Dias (Podemos), Geraldo Alkimin (PSDB) e Ciro Gomes
(PDT) os melhores candidatos. Sou cearense de nascimento e coração, e quando registrar
minha candidatura, visitarei toda colônia cearense no Distrito Federal. Tenho a
convicção de que não faltará apoio dos meus queridos conterrâneos ao meu
projeto”, concluiu Juraci Tesoura de Ouro, pré-candidato a deputado federal.