O Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, por seu presidente Juliano Costa Couto, afirmou que é inaceitável o conteúdo dos diálogos tornados públicos com o levantamento do sigilo dos autos do processo da operação Lava Jato. Também repudiou com veemência, nesta quarta-feira (16), os ataques feitos pelo ex-ministro da Casa Civil, Jacques Wagner, contra o presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia.
As conversas mantidas pelo ex-presidente da ...República e atual ministro da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva, com diversas autoridades, inclusive com a atual presidente Dilma Rousseff, revelam tratativas nada republicanas, as quais não têm mais lugar na moderna sociedade brasileira. Ao atacar o Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional e a Justiça brasileira da forma como se revela nas conversas, o atual ministro da Casa Civil demonstra profundo desrespeito às instituições democráticas.
JULIANO COSTA COLTO |
O presidente da OAB/DF considera que a democracia é colocada em xeque quando há a utilização do poder do Estado para a defesa de interesses privados. A assunção a um cargo público como forma de se proteger de uma possível prisão é inaceitável. O mesmo em relação ao diálogo telefônico em que Jacques Wagner usa termos chulos para se referir ao presidente nacional da entidade.
O diálogo revela um desrespeito sem precedentes em relação à OAB. O ato que ganha ainda maior gravidade por conta do cargo ocupado por Wagner na ocasião em que a conversa foi gravada. “O ex-ministro da Casa Civil se refere à OAB e ao presidente nacional de nossa entidade de forma inadmissível, usando termos baixos. Contudo, a conversa revela nada mais do que sua revolta com o fato de a OAB não permitir ser cooptada, nem estar a serviço de nenhuma coloração partidária. Como diz o próprio presidente Lamachia, o partido da OAB é a Constituição”, afirmou Juliano Costa Couto.
A Seccional e toda a advocacia do DF caminharão unidas em favor do respeito à classe e em defesa do Estado Democrático de Direito. “A OAB não se curvará a nenhuma pressão ou assédio. Andaremos de pé em defesa de nossa independência e pelo bem da nação”, registrou o presidente.