Romário faz seu primeiro discurso no Senado




O senador e Romário (PSB-RJ) fez nesta quarta-feira (11) seu primeiro discurso em plenário desde que tomou posse no Senado Federal. Ex-deputado federal e ex-jogador de futebol, o parlamentar disse que suas bandeiras serão a “moralização” do esporte, a luta pelos direitos das pessoas com deficiência e o fim da corrupção e desperdício de recursos públicos. Ele recebeu elogio de colegas por mais de uma hora em que ocupou a tribuna.

O primeiro discurso do senador gerou manifestação de mais de dez colegas, tanto da base governista quanto da oposição, que pediram a palavra para exaltar a presença do ex-jogador na Casa e oferecer apoio.

Ao falar em “vigilância constante” na área do esporte, Romário defendeu o veto da presidente Dilma Rousseff à renegociação dos clubes de futebol. “Foi uma das raras ocasiões em que concordei, inclusive, com uma decisão da presidente Dilma”, provocou.

“Precisamos estabelecer critérios claros de transparência e gestão financeira. Nessa mesma linha, precisamos também debater as responsabilidades da CBF no papel central que detém no futebol brasileiro”, discursou Romário. O senador ainda pediu apoio dos colegas para ser relator de uma nova medida provisória que tratará das dívidas dos clubes de futebol para “construir uma solução justa que traga benefícios à sociedade”.

Direitos trabalhistas

Ao discursar, Romário também criticou as medidas provisórias enviadas pela Presidência da República que restringem acesso ao seguro-desemprego, pensão por morte e abono salarial - tema que tem provocado debate intenso no Congresso Nacional. Para o senador, “não é admissível” que ajustes econômicos “afetem diretamente as camadas mais vulneráveis da população”.

“Algumas mudanças serão colocadas através de emendas e vamos discutir. Eu tenho certeza de que daqui sairão as medidas melhores para a nossa população”, afirmou, sinalizando que apoiará propostas de alteração às medidas.

Pessoas com deficiência


O senador fluminense homenageou a filha Ivy, que tem síndrome de Down. “Ivy me fez ver a riqueza de talentos e capacidades das pessoas com deficiência”, disse Romário, que defendeu em seguida a aprovação do Estatuto da Pessoa com Deficiência.

Ele manifestou, ainda, apoio a pacientes que sofrem com doenças raras, que atualmente somam 13 milhões de pessoas no país, segundo o senador. “Pouco se conhece sobre as doenças e os seus tratamentos. Isso acontece porque são 7 mil doenças raras catalogadas, então, o diagnóstico, o acesso aos medicamentos e o tratamento da rede pública são extremamente deficitários por falta de políticas adequadas”, explicou.

Apoio

O senador Magno Malta (PR-ES) saudou Romário pela conquista do título mundial de futebol em 1994 e relembrou vitórias do Flamengo protagonizadas pelo ídolo. “Eu odeio gente frouxa e vossa excelência não é frouxo”, elogiou Malta.

“Espero ver vossa excelência ocupar uma das presidências de comissão no Senado. Seu trabalho será feito com o mesmo idealismo de sempre e desenvoltura de sempre”, declarou o colega de partido Antonio Carlos Valadares (PSB-SE). O nome de Romário tem sido mencionado nos bastidores para ocupar o comando da comissão de Educação, Cultura e Esporte.

“A Câmara dos Deputados perdeu uma estrela e o Senado ganhou uma estrela”, exaltou Paulo Paim (PT-RS), autor de um projeto ao qual o ex-jogador prometeu se dedicar, o Estatuto da Pessoa com Deficiência. O petista apoiou a intenção de Romário de relatar o texto no Senado. “No que depender de mim, vossa excelência será relator da matéria”, disse Paim.

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