A espera de Melo: o segundo maior Quilombo Urbano do país se prepara para receber o governador na sexta-feira!


O governador José Melo é esperado no segundo maior quilombo urbano do Brasil
Por: Walter Brito
Estivemos na última terça-feira, dia 21/10/2014, na Rua Japurá, esquina com a Duque de Caxias, na Praça 14, no centro de Manaus. Lá está localizado o segundo maior quilombo urbano do país, onde residem cerca de 300 descendentes de escravos vindos da África e alforriados no Maranhão. Conta à história que a matriarca conhecida como Vó Maria Severa, escrava alforriada no Maranhão, mudou-se para Manaus há 125 anos com os seus três filhos, origem do segundo quilombo urbano brasileiro. O fato ocorreu quase dois anos após a princesa Izabel libertar oficialmente os escravos em nosso país.Conta o Cássius, um dos descendentes de Maria Severa, que a matriarca chegou aqui em 1890. “Em 1890 a Vó Severa chegou e se estabeleceu aqui na Praça 14, onde moramos até hoje. Somos da quinta geração e tivemos a satisfação de receber da Fundação Cultural Palmares, o certificado que autodefine nossa comunidade como quilombola. Somos, portanto o segundo maior quilombo urbano do país, com muita honra!”, disse Cássius. Ele conta ainda que, quando a matriarca chegou, ela se aliou a outras famílias quilombolas sob o comando de Raimundo Elísio e seu Augusto. “Eu tenho 48 anos e sou da quinta geração da Vó Severa. Ela veio de Alcântara no Maranhão em 1890, quando foi alforriada. Os seus senhores lhe perguntaram à época, onde ela gostaria de morar. Ela disse que era em Manaus. Junto com ela veio a imagem de São Benedito, conhecido como o santo dos negros.Foi por meio da imagem vinda do Maranhão, que começou a tradicional festa de São Benedito. Trata-se também de uma cura do filho mais velho da matriarca, que foi mordido por um gato e ficou muito doente. Daí a promessa, se o filho de Vó Severa se curasse, seria realizada a primeira festa de São Benedito. Ele se curou e a festa é uma tradição até dias de hoje. Falamos com a Jamile de Sousa da Silva, 38 anos e organizadora da festa. Ela é analista de comércio exterior e trabalha em uma empresa na Zona Franca de Manaus. “Eu sou organizadora da tradicional festa de São Benedito que começa no sábado de Aleluia. Entretanto, uma semana antes temos um ritual na mata, onde escolhemos o tronco de uma árvore frondoso que é o mastro da festa. Ornamentamos o mastro com frutas, folhagens e uma fita vermelha, que se torna o destaque do mastro. Às 6 horas da tarde, ele é levantado e às 8 da noite começa a novena. São nove dias de orações, em que os quilombolas se unem para fazer os seus pedidos a Deus e a São Benedito. É lindo! No último dia é feita a procissão, com a participação de toda comunidade quilombola, além dos convidados da Praça 14 de janeiro e de outros rincões de nossa Manaus. O ponto alto do evento ocorre com a farta distribuição de quitutes feitos como manda as nossas tradições da mãe África”, completou.
É importante ressaltar que, parte significativa dos descendentes da Vó Severa, se dedica à culinária e ao comercio de alimentos, ou seja, quitutes e comidas típicas, o legado da Vó Severa. Falamos com o Beto, 48 anos, que é um dos comandantes desta atividade. “ O São Benedito é o protetor dos cozinheiros. Aprendi tudo com a tia Lurdinha, que tinha como clientes, o Saudoso Gilberto Mestrinho e também o ex- governador amazonino Mendes.Ela representava a continuidade de nossos antepassados, por isso não posso deixar a tradição acabar. Mantemos o comércio de alimentos nas barracas que circundam a Escola de Samba Vitória Régia”, disse.

O jornalista Walter Brito entrevista os descedentes do segundo maior quilombo urbano do Brasil
Na questão política, o Beto disse que a reunião ocorrida na terça-feira dia 21/10, decidiu apoiar José Melo para governador, mas eles aguardam com muita expectativa a presença do governador José Melo na Sexta-feira, para uma conversa final. “Gostamos muito do Melo e entendemos que ele é a verdadeira mudança. Entretanto, precisamos que ele faça compromissos conosco. Uma comunidade tradicional como a nossa, faz parte da história de Manaus, do Amazonas e do Brasil. Portanto, temos que ter o devido respeito de um governador do povo como o Melo. Ele é a referência maior da educação em nosso Estado. Entendemos que somente a educação de qualidade muda efetivamente os destinos de um povo. Queremos educação integral para o segundo maior quilombo do Brasil. Por meio desta reportagem reforçamos o convite ao nosso governador José Melo e, o aguardamos com grande expectativa na sexta-feira, dia 24/10/2014.

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