Candidata do PSB à Presidência também fez críticas a financiamentos de bancos públicos restrita a poucos empresários
A candidata à Presidência pelo PSB Marina Silva disse em entrevista ao Bom Dia Brasil, da TV Globo, que não vai cometer aventuras na condução da economia do País e que trabalha com uma meta de inflação de 4,5% ao ano e não de 3,5%, meta sinalizada por Eduardo Campos (PSB) e por economistas que colaboram com seu programa.
A candidata socialista chegou a filosofar dizendo que "uma boa parte do capital que o Brasil precisa não é tangível, é intangível" e, a seguir, destacou que criar um novo ambiente para atrair investimentos exigirá "um governo que tenha legitimidade e que, de antemão, estabeleça o seguinte: nós não vamos nos aventurar em política econômica, não vamos inventar a roda".
Marina esclarece que quando Campos e colaboradores da plataforma de governo fizeram menção à meta de inflação de 3,5% ao ano, o documento ainda estava em fase de discussão. "O nosso compromisso é em manter o tripé da da estabilidade econômica, com a ideia da responsabilidade fiscal, com a manutenção de um câmbio flutuante e a nossa proposta é de 4,5%. É isso que vamos manter e estamos perseguindo isso", comentou.
A candidata neosocialista apelou que o eleitor escolha um presidente da República que resgate a creedibilidade, para que esse País volte a ter investimento, para que este País possa assegurar a autonomia do Banco Central, para que esse País possa ter controle do gasto público".
A seguir, a ex-senadora pelo PT manifestou a promessa de criar um Conselho de Responsabilidade Fiscal para combater o gasto ineficiente. Ela considerou inaceitável que uma obra tenha um orçamento inicial e, ao final, custe 10, 20, 30 vezes mais.
Marina Silva também posicionou-se sobre os financiamentos de bancos públicos e defendeu que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve ampliar o leque de empresários que conseguem contratar financiamentos com a instituição.
"O que enfraquece os bancos é pegar o dinheiro do BNDES e dar para meia dúzia de empresários; uma parte deles falida, alguns que deram, enfim, um sumiço em bilhões de reais do nosso dinheiro. Nós vamos parar com o mau uso", assegurou prometendo ainda que nenhum partido terá assento no BNDES, na Caixa Econômica Federal ou no Banco do Brasil.
Desonerações e financiamentos
Marina Silva também voltou sua atenção à crise da indústria e pregou que a política de incentivos fiscais e de desonerações não será interrompida, mas que exigirá contrapartidas das empresas.
"Nós sabemos que há a necessidade de incentivos para a indústria e o emprego possam ser protegidos. Isso aconteceu a partir de 2008 naquele momento de fragilidade [crise mundial]. O problema é que a continuação do remédio, mesmo quando o paciente já deveria estar se preparando para ter autonomia, cria uma situaçção de dependência. A atitude do governo em não exigir uma contrapartida, principalmente da indústria automobilística, faz com que no Brasil os benefícios aconteçam, sem que a indústria automobilística se preocupe em melhorar a qualidade de seus equipamentos, de diminuir a poluição. Nos Estados Unidos isso [as desonerações] foi feito também, só que foi feito com contrapartida. O que nós falamos é que queríamos qualificar melhor esses incentivos", explicou Marina Silva.
Agronegócio e meio ambiente
A candidata do PSB comentou ainda sobre possíveis resistências do agronegócio à sua eleição e opinou que uma minoria do setor ainda tem uma visão política ideológica a seu respeito. Questionada sobre sua posição contrária aos transgênicos, quando defendeu uma moratória de cinco anos para sua adoção no País. Marina Silva disse que até hoje os europeus continuam estudando malefícios dos organismos geneticamente modificados ao meio ambiente e à saúde humana, mas que uma regulamentação por lei está em vigor no Brasil e será respeitada por ela, se eleita.
Fonte: IG
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