Por: Walter Brito
Luiz Pitiman
A campanha política em Brasília, dá sinais que será a mais disputada de sua história. O candidato colocado em último lugar nas pesquisas de acordo com o Instituto Directa/O Parlamento, sai na frente. O tucano Luiz Pitiman já tem cartazes e folders de sua campanha com foto ao lado do presidenciável Aécio Neves, nos quatro cantos da capital brasileira. Vale lembrar, que o Instituto Directa/O Parlamento, identificou no mês de maio o percentual de 2,8% de intenção de votos a favor de Pitiman, ou seja, ele é o lanterninha, entre os cinco postulantes ao GDF. Vale lembrar, que a empresa de pesquisa eleitoral, O Parlamento, foi a única empresa de pesquisas que detectou na eleição de 2010, que a dona Weslian iria para o segundo turno contra o petista Agnelo Queiroz. À época, o IBOPE, Vox populi e o falecido instituto de pesquisa SOMA, indicavam que Agnelo venceria no primeiro turno. Os referidos institutos não consideravam a força dos cem mil votos dos eleitores do Entorno, que decidiram levar a esposa de Roriz para o segundo turno. Em 2014 serão aproximadamente 140 mil eleitores residentes nos 22 municípios da Região Metropolitana do DF, que votarão em um dos candidatos ao Palácio do Buriti.
A todo o vapor, encontramos o deputado federal Luiz Pitiman (PSDB), na Rodoviária do Plano Piloto, na última sexta-feira, dia 18 de julho. Ele luta incansavelmente para fazer valer o provérbio bíblico: “Os últimos serão os primeiros”. Aguardamos o tucano conceder entrevista ao Correio Braziliense e, em seguida fizemos a nossa, exclusiva para o Diário da Manhã:
DM: No mês de fevereiro, estivemos em sua residência no Lago Norte - DF, quando o senhor nos disse, que Brasília teria quatro candidatos ao GDF: Luiz Pitiman (PSDB); Agnelo Queiroz (PT); Toninho do Psol (PSOL) e Rodrigo Rollemberg (PSC). E agora?
LP: Temos hoje cinco candidaturas e, entendemos que já afunilou bastante. Mas, pode afunilar mais. Acompanho com muita atenção as decisões que a justiça eleitoral irá tomar e ao que tudo indica, as coisas estão encaminhando para o que eu disse a você, seis meses atrás.
DM: Percorremos todo o Distrito Federal e só encontramos em grande quantidade, cartazes do senhor ao lado do Aécio. O senhor está pensando em fazer valer o provérbio bíblico: “Os últimos serão os primeiros”?
LP: Eu vejo que o índice de conhecimento da população, com relação ao deputado federal Luiz Pitiman é pequeno ainda. Trata-se do meu primeiro mandato, por isso sou menos conhecido. E mais, não faço carreira política profissional, e também não estou aí há 20 ou 30 anos, usufruindo de um mandato, como muitos estão. Eu precisava realmente sair na frente, para que população lincasse meu nome ao do Aécio e do PSDB. É importante para nós, que a população verifique que existem alternativas e, que a eleição não será novamente decidida por W.O.
DM: O senhor disse recentemente, que já tinha calçado as chuteiras, o meião, o calção e a camisa reserva. Pelo volume de sua campanha agora, parece que o senhor não está mais no banco de reservas. O senhor pode explicar isso, para os leitores do Diário da Manhã?
LP: O presidente Aécio Neves me chamou para ser o titular do maior partido de oposição no Brasil. Sou o primeiro lugar dos candidatos do DF, que possui o maior número de projetos. Tudo isto aliado ao planejamento e estratégias com a perspectiva de vencer e vencer. Vencer efetivamente as dificuldades que Brasília e o Brasil enfrentam. Quando Aécio nos fez um convite, não pude negar. Rapidamente nos levantamos do banco de reservas e, assumimos o jogo iniciado em campo. Estamos participando de fato, da partida agora. Vamos vencer o primeiro turno e no segundo turno, disputaremos com o adversário que Deus colocar na nossa frente. Qualquer que seja ele, acredito na nossa vitória. Estamos preparados para governar Brasília, por meio de uma gestão moderna e eficiente. Certamente a qualidade de nossa gestão fará a diferença e rapidamente colheremos os resultados. A nossa trajetória na vida empresarial e também a nossa passagem pela administração pública, nos ensinou a eleger prioridades. Por isso, estou aqui hoje, na Rodoviária do Plano Piloto, ouvindo a população de todos os cantos do DF, para conhecer o que é necessário em todas as cidades satélites, Plano Piloto, Lago Sul, Lago Norte e também na nossa zona rural.
DM: Se o Arruda for impedido pela justiça, o senhor pensa em capitalizar os apoios que ele tem, ou seja, os partidos de centro-direita, incluindo o apoio do próprio Arruda, Joaquim Roriz e Luiz Estevão?
LP: Eu prefiro que o Arruda consiga disputar a eleição. Eu entendo que eleição deve ser disputada no voto. É por meio do voto, que eu pretendo ganhar dele. Entendo que a minha vitória não deve ser no tapetão. Isso atrapalha, pois a festa da democracia é a eleição. E mais, não quero que as questões jurídicas atrapalhem esta festa democrática, que será assistida por 2,481 milhões brasilienses.Vejo que se acontecer algo que não permita que ele dispute e a eleição, os eleitores que acreditam no modo de trabalho dele, sabem que eu tenho uma disposição imensa. Sou um trator também na parte de obras, assim como fui como presidente da Novacap. Eu acordo cedo e durmo tarde e não sou preguiçoso, como alguns que estão aí tentando fazer um trabalho há três anos e meio e, não conseguem. Agora, esses mesmos preguiçosos, querem trazer a preguiça por mais quatro anos.
DM: Como o senhor avalia o crescimento da candidatura de Aécio Neves em Brasília?
LP: A população do DF quer também a mudança no Palácio do Planalto. A população exige mudanças imediatas e por isso, não quer mais quem está governando o País. Obviamente, a opção para os 200 milhões de brasileiros, é uma referência de quem tem gestão pública. O Aécio, quando governou Minas Gerais, no período de oito anos e também passou pela Câmara Federal, inclusive, foi um dos melhores presidentes daquela Casa, se notabilizou em sua trajetória como um bom ordenador de despesas. O Brasil quer isso!
DM: O senhor topa debater na televisão, os problemas de Brasília com Arruda?
LP: Não só topo, como já temos vários debates marcados. O primeiro deles será na Associação Comercial do DF no dia 30 de julho. Não há dificuldades nenhuma, estou consciente das responsabilidades e do meu modo de governar, completamente diferente do Arruda e do Agnelo.
DM: Como tem sido a receptividade dos eleitores, na apresentação de seu projeto rumo ao Palácio do Buriti?
LP: Tem sido muito boa. As pessoas que tomam conhecimento de minha candidatura ao Buriti, logo fazem declaração de votos. Elas me dão muito apoio, o que me entusiasma sobremaneira.
DM O Agnelo disse que o Arruda é ficha suja. Arruda respondeu convidando-o para o debate. Como o senhor avalia, o imbróglio entre os dois líderes políticos da capital brasileira?
LP: Eu acho que eles não estão sendo propositivos. Quem é mais preguiçoso, quem é mais ficha suja, não é a discussão que o povo quer ouvir. Os brasilienses de todos os segmentos, querem ouvir como serão sanados os problemas deles e, em cada ponto do Distrito Federal. Eu quero fazer debates na forma propositiva e, ouvindo sugestões. Como dizia o ex-governador, Joaquim Roriz: “A população sabe exatamente o que precisa. Governar é eleger prioridades”, simples e objetivo.
DM: Quais são suas prioridades para a comunidade evangélica de Brasília?
LP: A comunidade evangélica do DF, vem fazendo ações extraordinárias, principalmente no social. Destaco o trabalho dos evangélicos no que se refere ao tratamento de dependentes químicos. É de fato um trabalho extraordinário. Aproveito a reportagem para parabenizar a comunidade evangélica de todo o DF. Entendo que o Governo deve se envolver no trabalho que está sendo implementado pelos evangélicos, o que cuidará com mais eficiência de Brasília. Uma das coisas que eu vejo e entendo que é possível fazer melhor; trata-se de uma utilização mais eficiente dos Templos, que na maioria das vezes, são usadas somente à noite. Certamente, a utilização dos referidos Templos, durante o dia, poderemos incluir a população de uma forma mais abrangente. Nesse sentido, poderão ser oferecidos treinamentos e atividades profissionalizantes, integrando de forma efetiva nossa população no mercado de trabalho.
Como se vê, o Pitiman não é bobo e joga duro com duas possibilidades. Ao mesmo tempo afirmando que sua vontade é derrotar arruda no voto, ele joga com o futuro e, na conquista dos eleitores do ex-governador enrolado com a justiça. “Eu sou também um trator e tocador de obras. Levanto cedo e não tenho preguiça”, diz Pitiman, imitando Arruda. Além das referidas semelhanças com o líder das pesquisas ao GDF, o candidato lanterninha que quer chegar primeiro, é bom de gogó como Arruda, ou até melhor. Pitiman tem dinheiro para a campanha, a companhia de Aécio Neves e, aparentemente é ficha limpa. A eleição está só esquentando. O nosso próximo entrevistado, será o Reguffe, candidato ao Senado pelo PDT.